Quando a dor te corta

Nossa vida diante da tela.
Assim fico aqui repassando nossas fotos e pensando nas milhares de vezes que tentei fazer você sorrir em todas elas
Te fotografei de surpresa, de mansinho, sempre rindo a cada clique, com cada careta tua...
E dividimos sonhos, segredos, ambições, planos.

                                                   

Partilhamos tantos abraços... E que abraços...
E este teu mau humor constante, marca registrada deste jovem sarcástico, que ‘tirava sarro’ de tudo, até das coisas ruins.
Conversas diante de garrafas de vinho, goles de tekilla, drinks diversos e as incontáveis partidas de vídeo game, de tapão e de tudo mais que era possível.
Cantei tanto ao teu lado e me irritei com as gracinhas
Sorri tanto ao teu lado e partilhamos alegria



Agora, lembrando as brincadeiras com o João, da cumplicidade com o Caio, do carinho ríspido com a Fran e do companheirismo com o Bruno.

Como confidencia a música, eu só posso dizer:

“Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você”

Deus levou de mim um amigo-irmão, me matou um pouquinho também e me deixou carregada de fotos, lembranças, saudade...

                                                

Rafael Hilário Domiciano, a vida veio e te levou com ela. Cada lágrima que derramei hoje não foi por dor e sim por te amar como irmão e ter vivido para ver você ir embora e me deixar para trás, nos deixar para trás...



Por Adriane Souza

Sopro da alma

♫   And this how it feels when I 
                                                                Ignore the words you spoke to me
        And this is where I lose myself

             When I keep running away from you   





(End Of Silence)

Um eletrizante Do do Rock para você!! Sinta e viva o som!

Aprenda a ser solteiro

Quando não são os poetas cantando "fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho...", tem sempre uma mãe, uma tia ou um amigo condenando quem está solteiro, como se a situação fosse um problema. E como já não bastasse, tem até pesquisa dizendo que as pessoas comprometidas são mais saudáveis. De acordo com um estudo da Universidade de Tel Aviv, em Israel, os homens solteiros têm 64% a mais de chances de sofrer um derrame fatal em comparação aos casados. Mas isso vale apenas para quem tem um relacionamento satisfatório, pois a felicidade influi positivamente sobre a saúde física e emocional.



Se você procurar o termo “solteiro” em qualquer site de busca, todos os resultados apontarão para serviços de encontros. Parece até que a sociedade exige que todos tenham um par, que é impossível ser feliz sozinho. Mas, na verdade, existe uma diversidade de coisas que só acontecem para as pessoas solteiras e, por isso, a combinação da palavra “solteiro” e “sozinho” é muito relativa.

Sabia que existe uma grande diferença entre ser solteiro e estar solteiro? Quando alguém diz que está solteiro, a impressão é de que aquela pessoa não vê a hora de começar um novo relacionamento. Parece que o tempo está passando e é preciso correr para a balada e exercer as habilidades de caça ou ficar observando todos que passam, esperando que, por milagre, a pessoa certa cairá do céu. Isso é estar solteiro: não aceitar a situação.

Já os que são solteiros, não pretendem namorar tão cedo e levam a vida de forma mais aberta, sem se preocupar com essa obrigação social do relacionamento. Por isso, são pessoas mais agradáveis e que, consequentemente, aproveitam melhor as festas, as companhias e os amigos. Se você está namorando e é feliz, também está aproveitado a vida do seu jeito e, para nos solteiros, não adianta ficar preso a ideia de que jamais terá alguém do lado, não é preciso ficar se dramatizando por isso, afinal a vida é feita de fases, portanto é fundamental aproveitar cada uma delas.



Hoje, muita gente têm preferido ficar mal-acompanhada do que só, por causa das convenções sociais, o que é uma má escolha. Se você enxerga a vida de solteiro como um drama, deveria pensar na liberdade que muitas pessoas não conhecem por medo de ficarem sozinhas. É difícil quebrar dogmas como este, então, o solteiro sente-se obrigado a ser infeliz, incompleto, como se a felicidade estivesse sempre presa a outra pessoa. Porém, como é possível oferecer felicidade a outra pessoa se não é possível ser feliz consigo mesmo?

O ser humano vive buscando em outra pessoa um sentimento que ele mesmo deveria possuir. Eis a base de um relacionamento feliz: oferecer amor, mas amar-se também. Mesmo assim há quem prefira passar a maior parte do tempo no time dos solteiros. Assim como há quem passe dias, meses ou até anos cabisbaixo por não ter um “esquenta pés” para chamar de seu... E a maioria das pessoas alterna esses dois estados durante a vida.

Os relacionamentos ajudam, mas não se pode esperar que o cônjugue seja o ponto de alegria e equilíbrio da sua vida. Ficar sozinho, no entanto, pode ser uma opção prazerosa, na qual se descobre o valor da própria companhia, aproveita-se melhor os amigos e a família. A verdade é que existe uma multidão de solteiros que é silenciosamente feliz.


Por Adriane Souza

Onde estará



Procuro nas gavetas. Olho em todos os lugares.
“Onde estará?”, me pergunto.
Nada nos cantos, nos potes, nas caixas...
Será que só eu notei que está faltando?
“Ahh, uma hora aparece, é assim mesmo”, alguns me disseram.
Mas não acredito, tenho que continuar procurando...
Tenho que continuar...


Como objetos que perdemos nos cantos de casa durante a vida, o Brasil soma, segundo o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas do Ministério da Justiça 1.214 casos de pessoas desaparecidas por suspeita de homicídio e extermínio. Pessoas que nunca voltaram para casa e deixaram apenas um rastro de sangue pelo caminho.

Algumas dessas vítimas da fatalidade são inocentes, que estavam no lugar errado na hora errada. Um grande exemplo seria o cenário relatado pelo jornalista Caco Barcellos que, após dez anos de pesquisa, lançou o livro “Rota 66 – A História da Polícia que Mata”.

“Brasil, o retrato de 55 mil crimes de morte por ano. Vítimas desarmadas, indefesas, apavoradas com a perseguição policial, amedrontadas com os tiros inconsequentes disparados e, enfim, mortas, com requintes de crueldade, já que o número dos disparos foi muito além do necessário para o homicídio”.

Será que todo policial realmente protege? Muitos por ai estão manchando suas fardas, contaminados pela criminalidade...



Desde o dia 20 de junho, um garoto de 11 anos está comovendo grande parte do país. Após tiroteio no Rio de Janeiro, quando foi baleado em um confronto entre policiais militares e traficantes, ele desapareceu deixando apenas um chinelo e algumas marcas de sangue no muro. O irmão dele, de 14 nos, que também foi ferido, está sob proteção da Polícia Civil.


Uma história está comovendo o Rio de Janeiro: um menino de 11 anos está desaparecido desde segunda-feira (20), quando foi baleado em um confronto entre policiais militares e traficantes. O irmão dele, Wesley de 14 anos, que também foi ferido, está sob proteção da Polícia Civil.

Os irmãos voltavam para casa quando começou um confronto entre PMs e um traficante. Wesley disse que viu Juan baleado. Como também estava ferido não conseguiu socorrê-lo e foi buscar ajuda da mãe em casa. Quando a família chegou ao local do tiroteio, o menino não estava mais lá.

Os três policiais envolvidos no tiroteio foram e confirmaram que viram Wesley ser socorrido por moradores. Mas disseram que não ter visto Juan em nenhum momento. A mãe afirma não ter mais esperanças de ver o filho vivo. Como a situação se agravou, com o envolvimento da mídia, gerando pressão por parte da sociedade, as investigações estão em andamento e todos estão procurando nos cantos, nos potes e nas caixas do Rio de Janeiro por mais um objeto desaparecido.


Por Adriane Souza

Quando...

               ♫ Vou esperar do seu lado
                                                                                                 A tempestade passar
                                                                                              Vou esperar do seu lado
                                                                                           Porque eu só posso esperar  








(Leoni  ♫)

Sem limites



Escolhi abraçar o mundo.
Aos 19 anos entendi que não pertencia a lugar nenhum. Minha vida se resumia a não ter limites. Tendo o firmamento como casa, segui meu destino.
Sai de Ourinhos deixando lágrimas nos olhos dos meus pais. Deixei os amigos, os livros, o aconchego... Fui á luta. Em companhia da minha arte, passei por diversas cidades de São Paulo e cheguei a Floripa.
Lá encontrei um amigo, de 18 anos, que fez o mesmo que eu: abraçou o mundo. O frio nos castigou muito e nos deu uma nova meta: seguir para um lugar mais quente... Vamos para Bahia.
Quando o coração aperta, volto para casa e ganho beijos de mãe e abraços de pai. Confesso que os últimos já fazem dois meses, mas, quem sabe em breve eu não passe por lá.
Para falar a verdade, não acredito em Deus, nunca acreditei, mas alguém cuida de mim, pois nunca passei fome, nem pedi esmola. Minhas acrobacias em semáforos e os artesanatos que faço me sustentam. Vez ou outra consigo até pagar um hotel simples para dormir.
Até ontem estava em Sorocaba, uma terra boa com gente de bom coração. Hoje estou em Itu e amanhã, quem sabe... Pensei em passar por São Paulo, mas sofri muito em Osasco, mudei meus planos.



Achava que o ser humano estava podre, mas, nesses dois anos de vida alternativa descobri que a humanidade ainda não chegou ao fundo do poço. Conheci muita gente boa, gentil e agradável, que compreende que nem todo o andarilho é mendigo, bandido ou monstro. E, para provar isso, ontem no ônibus que me levou para Sorocaba, conversei por uma hora e meia com uma jovem estudante de jornalismo, que estava tentando voltar para casa. Ela me disse de cara: “Sabe, eu ralo muito... Moro em Cerquilho, trabalho em Sorocaba e estudo em Salto. Faço de tudo para construir uma vida boa, mas, olho para você que é completamente o oposto de mim e percebo que és muito mais feliz do que eu! Que injusto”. Sorrimos e começamos a conversar... Foi bom dividir uma hora e meia da minha vida com ela, assim como fiz com muitos antes dela e ainda farei com vários depois...
E não é para isso que nascemos: crescer, partilhar, aprender e morrer?


Por Adriane Souza


Dedico este texto para uma pessoa que, infelizmente, nunca irá ler: o andarilho Cris, de 22 anos, que me ensinou muitas coisas numa curta viagem de ônibus.

Toque



Minha pele clama e meu olhar padece...
Numa prece silenciosa desejo sua presença
Minha mente se perde, tentando compreender
Mas você não está aqui

Olhando as estrelas e as luzes da cidade
Nada está completo sem o teu cheiro
Minhas mãos precisam das tuas...
Mas você não está aqui

A brisa afaga minha face
Ela é gélida e me toca impassível
Mas preciso de carinho, de humanidade
Mas você não está aqui

Li teus recados, recebi as mensagens
Ouvi sua voz ao telefone, enquanto olhava as fotos
Meu coração parou ao ver teu sorriso
Mas você não está aqui

Não está aqui...




Por Adriane Souza

Alguém Como Você

♫ I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over yet
Never mind, I'll find someone like you (...) 


(Adele )

A raridade do pensar

A filosofia busca, através de argumentação teórica e intelectual, a veracidade de cada afirmação. Entretanto, o senso comum também é uma forma de conhecimento, caracterizado pelo conceito “do povo para o povo”, ou seja, se baseia numa subjetividade que se generaliza: é a compreensão popular de algum aspecto da realidade. Também se pode dizer que o senso comum é uma primeira impressão sobre uma determinada realidade.

Portanto, cabe à filosofia questionar e por à prova as afirmações do senso comum, buscando entender seu significado, suas origens e sua verdade. A partir da crítica filosófica ou científica, pode-se confirmar ou desmistificar afirmações dos mais variados conceitos, com a finalidade de ampliar os horizontes, com novos conhecimentos e possibilidades.



O fato é que a filosofia, despretensiosamente, começa questionando a realidade imediata e manifesta, pois quer desvelar o que está por trás do evidente. Por exemplo, a maioria das pessoas aceita, passivamente, a afirmação de que o trabalho dignifica o homem. Com isso, as pessoas são levadas a desmerecer os que não trabalham.

Aparentemente, a filosofia não tem utilidade prática, logo, seu destino é o lixo, tanto na escola como na sociedade, pois ela não se ocupa com as aparências nem com a utilidade (para que serve), mas com a essência (o que é), por isso, sua defesa é a indagação. Embora haja um discurso em defesa do ensino, a realidade aponta para outra direção.

Se num período da história a filosofia foi banida da escola, era para que os estudantes em geral permanecessem alienados, sem consciência de seus direitos. Assim, as fórmulas prontas, que abstraiam o pensar, eram facilmente aceitas. Uma das características que definem o ser humano é o pensamento. Deixar de pensar, portanto, é desumanizar-se.



A presença, hoje, da filosofia nas escolas, embora superficial, pode ser vista como uma tentativa de suprir tal deficiência. Mas se o trabalho filosófico for bem fundamentado, o estudante será levado a pensar com a própria cabeça, sendo desafiado a buscar suas próprias convicções, passando a ver criticamente as aulas e os professores, gerando um novo modelo escolar.

Consequentemente, este modelo irá disseminar conhecimento, criando adultos conscientes e críticos. Portanto, a filosofia não tem utilidade prática, imediata e palpável, entretanto ela é necessária por permitir um processo de pensamento e analise. Fechar-se à filosofia é manter-se alienado.



"Muitos políticos vêem facilitado seu nefasto trabalho, pela ausência da filosofia. Massas e funcionários são mais fáceis de manipular quando não pensam, mas tão somente usam de uma consciência de rebanho. É preciso impedir que os homens se tornem sensatos. Mais vale, portanto, que a filosofia seja vista como algo entediante"
Karl Jaspers – filósofo alemão


Por Adriane Souza

Sobre a vida

Qual seria sua idade se você não soubesse quantos anos têm?
Essa frase sempre pairou na minha mente, principalmente após ter lido Sêneca e compreendido “Sobre a brevidade da vida”. Ele coroa a obra com frases como:

“Não temos exatamente uma vida curta, mas desperdiçamos uma grande parte dela. A vida se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de importantes tarefas. Ao contrário, se desperdiçada no luxo e na indiferença, se nenhuma obra é concretizada, por fim, se não se respeita nenhum valor, não realizamos aquilo que deveríamos realizar, sentimos que ela realmente se esvai.”

E comecei a pensar na minha vida. Hoje, meu aniversário, 28 anos de vida na terra, mas, será que realmente vivi? Dai comecei a lembrar de pessoas como a Graziele Carpim, que é uma amiga de infância, da rua Venezuela, onde cresci em Cerquilho. Penso no meu pai, José Jacinto de Souza, que reside em Umuarama/Pr e me deu cinco outros irmãos que não conheço. Lembro do meu primeiro grande machucado, aos cinco aninhos, descendo um barranco de terra sem papelão (ele ficou preso no início da descida) em que ralei minhas pernas inteiras. Penso na minha avó, já falecida, que tentou extrair meu segundo dente de leite com uma linha amarrada na porta e, é claro, não deu certo...



Penso nas pessoas que realmente amei, nas que me marcaram de verdade, como uma tatuagem. Penso em alguns poucos nomes, mas prefiro não citá-los, apesar de saber que a vida é breve, porém, eu disse que amei cada um deles diversas vezes, por isso minha alma está em paz. E os abraços que troco com minha mãe e meu irmão, sempre que possível... Os amo tanto...

E a loucura de abandonar um trabalho fixo de cinco anos e meio e me aventurar no jornalismo. Hoje, faltam seis meses apenas para concluir o curso e já conquistei um tremendo portfólio... Penso nas batalhas que ganhei, que perdi e nas muitas que ainda virão. E, como não poderia deixar de ser, imagino a evolução: o quanto aprendi ao cair e levantar.

O interessante é que, ao avaliar minha breve vida, percebo que sorri mais do que chorei, que conquisteis ao menos seis amigos de verdade, que levarei pela vida toda, que amei, que fui amada, que transmiti mais alegria do que tristeza para as pessoas que me cercam. Talvez Sêneca tenha razão nos seus escritos de 4 a.C., temos que refletir: “Perscruta a tua memória: quando atingiste um objetivo? Quantas vezes o dia transcorreu conforme o planejado? Quando usaste seu tempo contigo mesmo? Quantos não esbanjaram a tua vida sem que notasses o que estavas perdendo? O quanto de tua existência não foi retirado pelos sofrimentos sem necessidade, tolos contentamentos, paixões ávidas, conversas inúteis, e quão pouco te restou do que era teu?”.

E colocando tudo na balança, concluo que eu vivi, ahh, eu vivi e continuarei vivendo. Este é o espetáculo! E lá vou comemorar mais um ano de vida, com muita vida pela frente!

Simplesmente...

Confesso que me considero uma pessoa fria, evito me apegar aos outros, até porque passei a maior parte da vida mudando de um lugar para o outro, tudo era temporário, então não guardava nomes de ruas, locais, pessoas, pois no fundo pensava: afinal qual é o propósito? Mas, mesmo assim, eu ainda sentia e confesso que isso sempre gerou conflitos internos. E um desses sentimentos que sempre esteve presente foi o romantismo. 

Então você pergunta: Como uma pessoa que se diz fria, acredita no romantismo? Bem, tenho consciência de que algumas histórias românticas não têm finais felizes, mas isso não significa que estes casais não foram felizes de verdade. Consideremos assim: talvez eu seja uma  pessoa fria que tenta acreditar no amor, enquanto observo tantos fazerem o caminho contrário.



Evito me apegar, pois assim fica mais fácil me afastar quando necessário, talvez por ter gravado em meu subconsciente que, em algum momento, terei que abandonar estas pessoas, como aconteceu tantas vezes e isso virou meio que uma regra. Ás vezes, quando percebo que alguém está se apegando a mim, busco formas de afastá-la, pois acredito estar fazendo um bem para ela, quando na verdade estou pensando apenas em mim. Em outros momentos penso que gostaria de sair viajando pelo mundo, acreditando que não sentiria falta de nada e nem de ninguém, mas mesmo pensando dessa maneira e deixando de lado certos sentimentos, eles ainda persistem e me lembram que sou humano, o que às vezes me irrita...

Mas voltemos ao romantismo...

Todos, desde o inicio da humanidade, sofreram desilusões, sofreram com amor... O fato é que sofrer por amor é uma coisa natural, nos faz amadurecer mesmo que cause dor. Não digo, nem desejo que todos sofram por amor, na verdade gostaria que todos encontrassem a pessoa que os completassem, aquela pessoa que te faz sorrir quando você acorda, com quem você deseja sonhar enquanto dorme, que te faz voar com os pés no chão, que te dá energia para enfrentar aquele dia horrível, aquele chefe chato e irritante, o transito caótico... Enfim, sua dose diária de otimismo!



Ser romântico - ou buscar alguém para estar com você - não é um crime, não é algo ruim, não é ser possessivo, não é ser piegas. Ser romântico é demonstrar seu amor por gestos e atitudes, mostrar o quanto você se importa, mostrar o quanto você a deseja... Ser romântico é sonhar. É mais conveniente que quando eu estiver me sentindo só, ir numa balada e procurar alguém para passar meu tempo e voltar para casa. Então pergunto: quanto dura essa sensação de prazer? Aquela pessoa que chegou te beijando, beijando bem, mas que, no fim, nem quis saber teu nome e de te conhecer melhor, que pegou seu telefone e talvez ligue enquanto ainda estiver sob efeito do álcool, mas depois desaparece!

Sentir prazer é ótimo, estar com outra pessoa, compartilhar o momento, entretanto, ás vezes penso que estamos canibalizando nossos sentimentos, coisas que nunca deixaram de estar presentes em nós, mas que buscamos apagar, pois nos fazem sentir inferiores em alguns momentos, sentir que não temos controle... E como odiamos perder o controle...

Em um mundo onde tudo é passageiro e rápido, antigamente os relacionamentos funcionavam, mas deixaram de dar certo... Talvez estejamos valorizando coisas erradas... Não somos engrenagens, somos criados para aprender, para buscar o que acreditamos ser a felicidade e não aceitando o que dizem que ela seja, somos seres criados para amar, criados para sonhar...

Por Erick Antunes, para mostrar aos leitores deste blog um pouco do que é amar...

O fim da anarquia

E quando as cordas vibram
Meu corpo treme
O ritmo me possui
Posso voar!

Liberdade...

Na ânsia pela nota seguinte
Palavras tomam formas em meus lábios
A vibração me domina
Meus pés saem do chão!

Sintonia

E como se fosse um mantra
Todos seguem o ritmo frenético
Não temos cor, nem formato...
Nos tornamos um!

Um único ritmo
Um único espírito

Por Adriane Souza

"Eu sempre falei que não era exemplo pra ninguém..."


Acho que existe menos espaço nos meios de comunicação mais populares. Acho que está tudo mais 'soft', sem arestas, tudo mais redondo. Não te nada pontiagudo, nada que incomoda. Na época em que eu surgi, ainda era possível colocar uma música como 'Máscara' para tocar na rádio. Hoje em dia parece impossível.
Os artistas que dizem tocar rock estão muito mais domesticados. O que é chamado de rock hoje no Brasil é uma coisa que não deveria ser chamada de rock. De rock não tem nada. Ser rock não é vestir uma roupinha esquisita ou ter um cabelo diferente. 
A identidade visual é importante em grandes ícones de rock, mas eles não tinham só isso pra mostrar. Acho que a galera está com medo de tudo. Eu converso muito por ai e vejo muito medo de contestar qualquer coisa que seja. Nunca querem dizer não, têm medo de dizer não para todo mundo. Tem que saber a hora de fazer concessão também, mas só fazer concessão te leva a ser um fantoche.  

Declarações de Pitty, em entrevista para a revista Billboard




Poeta dos fatos

“Os jornalistas são os trabalhadores manuais, os operários da palavra. O jornalismo só pode ser literatura quando é apaixonado”. (Marguerite Duras)


Sem hora para acordar.
Sem hora para dormir.
Viver contra o tempo.
Assim é o dia-a-dia dos que vivem da segunda profissão mais antiga do mundo. Ser jornalista é, antes de tudo, ser noticioso por natureza.
Me interessei por essa arte (sim, tecer palavras é praticamente uma arte) por mero acaso, embora, pensando bem, o jornalista já nasce com um dom natural: a curiosidade. É com ela, agregada a uma boa dose de ousadia, que nos damos bem na profissão.
E jornalista sofre: sempre na rua, lutando contra o tempo, raciocínio rápido, enfim, vivemos de pequenas batalhas diárias e nosso sucesso dura apenas um dia, afinal, amanhã é sempre dia de novas notícias.
Mesmo sem a valorização do diploma, com salários defasados, estresse e cansaço, acordamos todos os dias na certeza de que ainda existem novas pautas, assuntos e abordagens esperando por nós...

É hora de correr!

Somos os maratonistas da informação.

“Jornalismo é literatura com pressa”. (Matthew Arnold)

Parabéns á você jornalista!


Por Adriane Souza


Que país é esse?


Confesso que acordei diferente essa manhã.
Estranhamente, minha esposa ainda estava dormindo. Então, fui preparar o café. Animadamente, cantarolei enquanto colocava o lixo para fora e levava o cachorro para passear.
Quando voltei para casa, minha esposa já estava na mesa, acompanhada de meu filho. Foi um ótimo momento em família. Engraçado como nunca fizemos isso antes, mas, hoje o dia está mesmo especial.
Peguei o jornal. Li que a USP e várias outras universidades aderiram ao sistema de cotas para todos os alunos da rede pública de ensino, que o congresso havia decidido reduzir o salário dos parlamentares em 50% e que, vários prefeitos seriam afastados de seus cargos por corrupção.
Fiquei preocupado.
Fechei o jornal, olhei no relógio e percebi que a hora estava passando lentamente, ainda daria tempo de ver todo o jornal da manhã! Liguei a televisão e, em Brasília, uma multidão aplaudia fervorosamente o deputado federal Jair Bolsonaro.
Segundo a repórter, ele havia se desculpado publicamente pelas ofensas homofóbicas e raciais que praticou. Bolsonaro acenava para o público com a presidente Dilma Roussef do seu lado direito.
Fiquei perplexo!
Me convenci de que algo estava errado. Corri para o banheiro com o objetivo de lavar o rosto, mas decidi mergulhar minha cabeça na água!

Confesso que acordei diferente essa manhã. Minha esposa jogou água em mim e disse em tom áspero:
_Acorde príncipe, ainda é sexta-feira! Não pense que por hoje ser 1º de abril você conseguirá mentir para não ir trabalhar!
Nossa! Então era isso... Meu inconsciente decidiu me pregar uma peça!
Sabia que, para o Brasil avançar tanto, levaria muito mais que um dia.
Só em sonho mesmo...


Por Adriane Souza

Ela

Tecendo palavras, construo meu mundo!



A poesia é minha droga
Meu maior vício...
Eu a desejo, a sinto
E quando a uso me torno completa.

A poesia mascara minhas verdades
Minha grande arte
Com ela liberto meu sarcasmo
E assim consagro minha visão de mundo.

Ela me embala e eu me aconchego nela...


Assim digo absolutamente tudo 
Sem me encontrar em nenhuma unica palavra.


Por Adriane Souza


Toleráveis

Depois de um dia árduo, sentei cansadamente na varanda para ver o céu. As estrelas me trouxeram lembranças há muito esquecidas, quase apagadas por capricho do tempo.

Minha memória resgata calmamente a voz de meu avô, aquele homem franzino e cheio de histórias... Ele sempre repetia com tom de amargura as diversas noites que passara olhando estrelas como essa da pequena janelinha da senzala, onde passou vários anos.


Sempre que relatava a dor, o sofrimento e a humilhação, era interrompido pelas lágrimas suaves que acariciavam sua face. Como sequela, até o dia de sua morte, ele inclinava sutilmente a cabeça quando uma pessoa branca passava... Reverência...

Sempre carreguei essa cena como exemplo. Aprendi que o preconceito velado está distribuído pelo mundo e se manifesta em piadinhas clichês e olhares cruzados... Por isso, hoje eu ando com a cabeça erguida, aprendi a ter orgulho de mim e jamais querer ser outra pessoa!

Ensinei isso aos meus filhos: trabalhem duro, estudem e nunca façam aos outros aquilo que não querem para si. Talvez, um mundo melhor seja feito por cada um de nós... E ao contemplar as estrelas essa noite, enquanto meus pequenos dormem, tenho certeza de que estou fazendo a minha parte!

Por Adriane Souza



No dia 28 de março, ontem, foi ao ar, no programa CQC, da rede Bandeirantes de televisão, a resposta racial ofensiva do deputado federal Jair Bolsonaro a pergunta da cantora Preta Gil. Ele, que está no sexto mandato consecutivo pelo estado do Rio de Janeiro, foi eleito em 2010 com 120.646 votos, sendo assim o 11º mais votado do estado. Aos 56 anos, Bolsonaro ainda não aprendeu que, no país mais colorido do mundo, votos não têm cor.

Preta Gil perguntou em um vídeo ao deputado: “Se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?”

 A resposta: “Ô, Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como, lamentavelmente, é o seu”.

O abolicionismo é antes de tudo um movimento político, para o qual, sem dúvida, poderosamente concorre o interesse pelos escravos e a compaixão pela sua sorte, mas que nasce de um pensamento diverso: o de reconstruir o Brasil sobre o trabalho livre e a união das raças na liberdade”. Frase de Joaquim Nabuco.