Onde estará



Procuro nas gavetas. Olho em todos os lugares.
“Onde estará?”, me pergunto.
Nada nos cantos, nos potes, nas caixas...
Será que só eu notei que está faltando?
“Ahh, uma hora aparece, é assim mesmo”, alguns me disseram.
Mas não acredito, tenho que continuar procurando...
Tenho que continuar...


Como objetos que perdemos nos cantos de casa durante a vida, o Brasil soma, segundo o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas do Ministério da Justiça 1.214 casos de pessoas desaparecidas por suspeita de homicídio e extermínio. Pessoas que nunca voltaram para casa e deixaram apenas um rastro de sangue pelo caminho.

Algumas dessas vítimas da fatalidade são inocentes, que estavam no lugar errado na hora errada. Um grande exemplo seria o cenário relatado pelo jornalista Caco Barcellos que, após dez anos de pesquisa, lançou o livro “Rota 66 – A História da Polícia que Mata”.

“Brasil, o retrato de 55 mil crimes de morte por ano. Vítimas desarmadas, indefesas, apavoradas com a perseguição policial, amedrontadas com os tiros inconsequentes disparados e, enfim, mortas, com requintes de crueldade, já que o número dos disparos foi muito além do necessário para o homicídio”.

Será que todo policial realmente protege? Muitos por ai estão manchando suas fardas, contaminados pela criminalidade...



Desde o dia 20 de junho, um garoto de 11 anos está comovendo grande parte do país. Após tiroteio no Rio de Janeiro, quando foi baleado em um confronto entre policiais militares e traficantes, ele desapareceu deixando apenas um chinelo e algumas marcas de sangue no muro. O irmão dele, de 14 nos, que também foi ferido, está sob proteção da Polícia Civil.


Uma história está comovendo o Rio de Janeiro: um menino de 11 anos está desaparecido desde segunda-feira (20), quando foi baleado em um confronto entre policiais militares e traficantes. O irmão dele, Wesley de 14 anos, que também foi ferido, está sob proteção da Polícia Civil.

Os irmãos voltavam para casa quando começou um confronto entre PMs e um traficante. Wesley disse que viu Juan baleado. Como também estava ferido não conseguiu socorrê-lo e foi buscar ajuda da mãe em casa. Quando a família chegou ao local do tiroteio, o menino não estava mais lá.

Os três policiais envolvidos no tiroteio foram e confirmaram que viram Wesley ser socorrido por moradores. Mas disseram que não ter visto Juan em nenhum momento. A mãe afirma não ter mais esperanças de ver o filho vivo. Como a situação se agravou, com o envolvimento da mídia, gerando pressão por parte da sociedade, as investigações estão em andamento e todos estão procurando nos cantos, nos potes e nas caixas do Rio de Janeiro por mais um objeto desaparecido.


Por Adriane Souza

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